terça-feira, dezembro 14, 2010

O sorriso depois do beijo

Somos inversos
E constantemente seguimos caminhos diversos
Mas o fim de nossas estradas ou ruelas sempre coincidem

Somos controversos
E esses devaneios nos enlouquecem de certo
Mas há aquela sintonia prazerosamente desconfortante

Olha para dentro e vê-me em ti
Estou aí
Se precisas olhar pra crer

Toca-me e tocar-se-á
Estás aqui
Só preciso respirar para que sinta

E a menina e o velho caminham
Às vezes correm e tropeçam
Mas sempre juntos
Do lado de dentro

Se duvidas, olhe pra dentro
E veja-me
Se duvidas, respiro fundo
E sinta-me

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Amanhã


Planejo para o dia seguinte
E me esqueço
Descumpro as minhas promessas
Promessas estas feitas a mim mesmo

Acordo de manhã pensando
Prometi que não ia pensar
Não me lembro de ter chorado noite passada
De ter implorado a Deus por forças

E me esqueço de esquecer

Quando me lembro de esquecer
Eu já pensei
Já é amanhã
E já falhei comigo mesmo
Novamente...

Fica, então, para o próximo amanhã...

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Você não me conhece

Você me quer bem
Quando eu tô legal
Te incomoda por quê?

Me faz bem
Pra jogar na cara
O que acabou de fazer

Me deprime, me derruba
E depois reza por mim
E o meu crime: apagar as velas antes do fim

Você começa esse jogo chato e eu acabo
Manda seu Boeing na torre, não desabo
Desfila sua vida cor-de-rosa e eu caso
com o diabo...

Na sua ironia burra, dou cabo
Meu bem, nem tô passando pires, nem babo
Desfila sua vida cor-de-rosa e eu caso 
com diabo ...

Você não me conhece
Mas me ama pra sempre porque te convém
Desaparece
Se pinta outro atalho não sou mais ninguém

Quem nunca confere o que pode estar além:
Quem com o ferro não fere, será ferido também!

Você não me conhece



(Jay Vaquer)

quinta-feira, novembro 25, 2010

Estalos

Sóbrio estou, moderadamente 
Podendo assim dizer-lhe a verdade, seminua 
Que sangra, crua, na rua, doce-amarga 

Sem rodeios, sem devaneios 
Sinto que sou agora o que almeijei nunca ser 
Sempre sonhei com o não querer 

A falta de objetivos acarreta no vazio da alma 
A alma vazia, num coração desconfiado 
Que fatalmente é traído pelos olhos de quem o carrega 

Fecho-os e silencio-me agora 
Tenho mais nada a dizer 
Faltam-me palavras quando tu me tiras o ar...

quarta-feira, novembro 24, 2010

Áquila

Quando eu te machuco, dói aqui 
Não percebeste que fazes parte de mim? 
Como me afastar, sem me dividir?
Como não chorar, sem te ver sorrir? 

Nunca mais, até eu me acalmar 
Nunca mais, até machucar meu ser 
Nunca mais, até a lua baixar 
Nunca mais, até eu te ver 

Como o sol quer a lua 
Minha vida entranhada na tua 
Somos escuridão e luz 
Que lutam, sem se vencerem 

Desistimos todo dia, de mentira 
Um hábito difícil de se largar 
Nos enganamos toda noite 
Achando que podemos andar sozinhos 

Não percebi que faço parte de ti 
Não percebeste que fazes parte de mim

Devaneios

Quando penso, sento e penso 
Eu viajo, me lembro e volto 
Assim eu canto, me lembro e vôo 
Por vezes desafino, me chateio e pouso 

Às vezes grito, exagero e forço 
Daí me acabo, me dá um troço 
Então me concentro e me controlo 
Descanso um tempo e olho a foto 

Relembro a época que era louco 
E peço a Deus que volte logo 
Caio em mim, me dá um nojo 
Desisto e rezo por algo novo 

De um sonho longo eu nunca acordo 
A mente flutua com os pés no solo 
Eu quero a bola, eu quero o jogo 
Eu quero ser feliz de novo

segunda-feira, novembro 22, 2010

Tropeços

Uma chance é o que tínhamos 
Podíamos desperdiçá-la apenas uma vez 
Quebramos as regras do jogo 
E tivemos mais chances do que merecíamos 

Uma noite é o que tínhamos 
Podíamos aproveitá-la apenas uma vez 
Quebramos as nossas caras 
E aproveitamos apenas as coisas fúteis 

Uma verdade é o que nós tínhamos 
Podíamos dizê-la para todo sempre 
Machucamo-nos acreditando nisso 
E descobrimos a mentira disfarçada 

Uma mentira é o que nós temos 
Podia sustentá-la para todo o sempre 
Machuquei-me demais acreditando nisso 
E descobri a liberdade na dor 

Escolhi a escuridão da solidão à redenção da conveniência 
Escolhi o sofrimento da verdade à ilusão da mentira 
Escolhi a frustração da realidade à perfeição dos sonhos 
Escolhi o tropeçar das minhas pernas a usar-te como muletas

Nós

Eu poderia escrever uma musica de amor 
Poderia até cantá-la no teu ouvido 
Mas não o farei 
Escreverei sobre a verdade, sobre o palpável 
Minhas linhas, minhas, te contarão a vida 
Do teu passado e até do teu futuro 
Coisas que te envergonham... e me enojam 
Ah, se soubesses como é fácil ser correto 
Como é bom deitar a noite e não ouvir os anjos revoltados

sexta-feira, novembro 19, 2010

Caminhos

Nos encontramos, e daí? 
Alguém está na contra-mão 
Quem? 
Sabemos quem nos merece 
Não quem nós merecemos 
Dois libertos da realidade 
Dois amantes do improvável 
Um pouco que quase bem 
Um bocado que sempre ases 
Nas nossas cabeças 
Achando que já tivemos “O” estalo 
Quando todas as respostas saem fáceis 
Mas não ouvimos todas as perguntas 

Nos desencontramos, e daí? 
Alguém está na contra-mão 
Quem? 
Sabemos quem não merecemos 
Não quem nos merece 
Dois presos na realidade 
Dois amantes da simplicidade 
Um bastante que quase mal 
Um pouco que sempre aprendizes 
Nos nossos corações 
Achando que nunca teremos “O” estalo 
Mas todas as respostas são incertas 
Quando é doloroso ouvir as perguntas

A piada

Sou triste, triste assim, de nascença, deve ser 
Sem motivo, aparente ou relevante 
De um jeito que até dá vergonha de ser triste 
Por ter mais que o necessário pra ser feliz 
E não ser 

Minha tristeza é pura e sincera 
Como o gostar de alguém de graça 
Como o amor verdadeiro que não tem explicação



Contudo, não a deixo transparecer para ti 
E não a vê

Lembra-te do palhaço
Que por não conseguir ser feliz 
Faz o mundo feliz 
Que por não conseguir sorrir para o espelho 
Te usa como espelho 
E precisa ver-se em teu sorriso 
Para ter esperanças de um dia sorrir por si 
Ou para que, pelo menos, 
Sinta-se menos desconfortável 
Neste mundo que parece não ter lugar pra ele 
Onde nem ele compreende a si mesmo... 

Assim, pelo teu sorriso, seria, serei, eu mesmo, a piada...

quinta-feira, outubro 28, 2010

Eu sou Flamenguista


Sou Flamengo, predestinado a sê-lo. Sou Flamengo por que sou, então, desde antes de nascer.

Eu não virei Flamengo, ninguém virou. Nem nossos antepassados irmãos-de-sangue-rubro-negro viraram Flamengo, dissidentes da empáfia pseudo-buguesa recalcada pó-de-arroz florida. Mesmo o motim que disse um basta aos tricoletes já era flamenguista antes mesmo do termo sequer existir.

O Flamengo nasceu para ser democrático, para acolher a qualquer um que fosse, sem distinção, preto, branco, rico, pobre, letrado, peão, mulambo e doutor.

Qualquer um que nascesse flamenguista estaria fadado à sofrer, ser maltratado, arrancar os cabelos por essa paixão irremediável, mas ser agraciado com o sentimento mais puro, desinteressado e sublime: o amor incondicional. Amor antes de tudo, ao Flamengo, e não às vitórias, mesmo que inúmeras. Amor, acima de qualquer um, ao Flamengo, e não só aos heróis que lá sempre estiveram, que também amavam mais ao Flamengo que a si próprios.

Heróis, aliás, criados em casa, forjados em raça, amor e paixão. Craques movidos pela tríade que alimenta o inexplicável, que desespera os adversários. Temidos por quem os olha nos olhos, surpreendendo quem os olha de cima.

Essa devoção é irritante, invejável, amedrontadora. O desdém pelo fácil, pelo óbvio e a tara pelo improvável e impossível causam um desconforto desconcertante em nossos detratores. Torcemos pelo time que cresce quando tudo está contra e perde quando tudo está a favor. Que não tem camisa, mas Manto, não tem hino, mas declaração de amor que inicia com a vida e acaba só com a morte.

Da mesma forma que amamos sem explicação, apenas pelo fato do Flamengo simplesmente existir, nos odeiam pelo mesmo motivo. Pelo Flamengo ser o que é e, é, sem explicação do que seja. Indecifrável enigma que atormenta o acordar e o dormir dos meros torcedores do resto.

Odiados por irmos contra as regras e jogarmos com 12. Odiados pelo nosso maior craque ser chamado de "o Pelé Branco" e ser um dos maiores artilheiros do mundo, sem nem ter sido atacante. Por sermos donos do Maracanã, um estádio que não devia ter dono. Mas tem, é o povo e povo é Flamengo. Por nunca cair, mesmo quando a queda se torna óbvia. Mas se esquecem de que uma frase construída com “Flamengo” e “obviedade” perde o sentido. Não nasceram para figurar na mesma sentença.

Pela áurea inexplicável que transcende qualquer ponderação, por esse lado místico, quase religioso, o Flamengo se difere dos demais. O Flamengo é uma força da natureza, um evento imprevisível, um ser sobrenatural... jogando futebol contra meros times e clubes.

E assim segue, por mais de cem anos. O mais querido, o mais odiado. O que tem 35 milhões de fiéis.

Extremamente agradecido sou por ter sido escolhido pelo destino para amar no limite da intensidade, por sentir o mais puro dos sentimentos que é amar sem necessitar de nada em troca.

Alguns amam uma mulher e com ela ficam. Outros amam a mulher e com ela vivem.

Assim, uns torcem por um time. Outros, são flamenguistas.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Hélio Bicudo: Voto em Serra no 2º Turno

Diferente da filósofa Marilena Chauí, o jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, declara que apóia Serra no 2º turno.

Argumentos, pelo menos nesse vídeo, não há muitos, além da quebra do continuísmo. No entanto é um argumento forte, pois sabemos que a manutenção de grupo X no poder por muito tempo dá mais brecha para esquemas e armações. 

Entretanto, torna-se um argumento contraditório, uma vez que apoiar o PSDB como solução para quebra de continuísmo é meio furado, uma vez que o PSDB está há 14 anos no governo de São Paulo, estado mais rico da União.

Além disso, defende que o Bolsa Família é utilizado mais para angariar votos do que para solucionar problemas.


Porém, vamos lá, veja os vídeos e conclua por si só:

Voto em Serra como quebra do continuísmo:

Bolsa Família é programa que visa votos e não soluções:



E leia AQUI sua entrevista ao site Terra.

Marilena Chauí: Serra é uma ameaça

Bom... embasada a mulher é, fato inegável.

Se eu concordo com tudo? Não sei ainda, acabei de ver os vídeos e parece que, apesar dos vários fatos mostrados que não tem muito como contestar, há um certo tom amargo, de raiva, de vingança. (OBS: Parece que Chauí tem problemas com a Veja e Folha).

Aliás, pra mim, há erros, armações, rabos-presos e jogadas obscuras demais em ambos os candidatos e não tenho fé em nenhum dos dois.

Assim, assistam e tirem suas próprias conclusões:


Serra é uma ameaça à democracia e aos direitos sociais:
http://www.youtube.com/watch?v=0j6jgDs7gMQ


Serra é uma ameaça à liberdade de expressão e à imprensa:

Serra é uma ameaça ao meio ambiente:
http://www.youtube.com/watch?v=cpaxqe4GpyM

Porque precisamos eleger Dilma presidente?
http://www.youtube.com/watch?v=V7q1-MzwDmc

quarta-feira, outubro 20, 2010

O dia mais triste da história do Flamengo


Um Deus do Futebol, em seu merecido descanso no Olimpo da Bola, resolveu um dia juntar-se aos mortais.  Viu seu maior amor em perigo, teu ex-reino, e não mais aguentava vê-lo entregue a vândalos e ladrões de baixa estirpe que dilapidavam aquilo que ajudou a construir com suor, lágrimas, dribles e afeto.

Fora avisado por diversas vezes:  “se ousares descer de volta para de onde veio, descerás não mais como um deus, e sim como homem! Imunidade não mais terá!  Sangrará com flechadas pelas costas, sofrerá por palavras sem verdade, morrerá um pouco a cada dia... Esquecerão de teus feitos heróicos, de tua retidão, pois o Homem foi corrompido pelo poder e dele não abrirá mão.“

Apesar dos conselhos, seguiu seu coração. Zico optou por se tornar apenas Artur. Desceu de volta ao Reino da Gávea, sem espada, sem escudo, sem capa, sem mágica, sem coroa, sem nada de sobrenatural. Desceu com a vontade, com a determinação, com o amor. Abriu mão da adoração eterna, da intocabilidade, da onipresença, do endeusamento, apenas para nos salvar, para nos dar um futuro melhor.

Em pouco tempo percebeu que não era mais o herói que os súditos rubro-negros queriam, apesar de ser o herói que nós precisávamos. Lamentavelmente, não percebemos.
Aqueles que usurparam teu reino tinham um plano: não há forma mais eficaz de destruir um deus, do que fazer as pessoas perderem sua fé nele.

Assim, ele foi caçado, golpeado, difamado,  a honra de tua família foi atacada, apenas por ter lutado contra os planos sinistros e nada louváveis daqueles que transformaram e ainda transformam o glorioso passado rubro-negro em um presente negro. Por tentar mudar e devolver a glória e dignidade ao Flamengo, foi tratado como um qualquer.

Como se não bastasse, viramos as costas para nosso modelo máximo. Não o apoiamos cegamente e incontestavelmente como fazem os soldados de um exército. Não lutamos ao teu lado. Vimos nosso ex-deus, que agora sangra como nós, sem espada ou escudo, ser golpeado duramente por longos meses e apenas assistimos ao trágico espetáculo de vê-lo ser jogado aos leões...

Ó Zico, perdoai-nos! O que fizeste por nós jamais será esquecido! Tua coragem, teu exército de um homem só para sempre será lembrado. Teu nome ecoará pelos tempos como o maior guerreiro que vestiu a armadura preto-e-vermelha. Tu que lutou bravamente em campo, ainda jovem, ainda forte, ainda mágico, ao lado de outros 10 guerreiros, lutou também mais uma vez, fora dele, mas não aguentou sozinho uma luta desigual, baixa e covarde, de mãos limpas, abandonado pelo Décimo Segundo, nós.

No dia mais triste da nossa história, nossa fé de que o certo prevalece ao errado está abalada. Mas agora sabemos o que fizeste, temos noção do que abriste mão e o que enfrentaste. Agora sabemos do nosso erro.

Tardiamente, talvez, mas com algum pingo de esperança, juntar-nos-emos, seremos uma só voz e honraremos teu nome e o nome do Flamengo, que confundem-se na história. Você que nos deu tantas alegrias não merece a tristeza que este bando lhe proporciona. Jamais.

Que teu exemplo seja nossa inspiração. Que a Nação lute contra o que já devíamos ter lutado há tempos, com unhas e dentes, vestindo o Manto, entoando gritos de guerra e exigindo que nos seja devolvido o que é nosso, que tu ajudaste a construir.

Flamengo até morrer, eu sou. Nós somos.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Que herói ou vilão você é?

Faça esses testes de herói e descubra que vc é  inteligente...sombrio, insano, sofrido, exagerado, perdido, traumatizado... Teu dia melhora 100%!

http://tinyurl.com/36ch2vz + http://migre.me/1Cfdo + http://migre.me/1Cgkb = caçar psicólogo, psiquiatra e analista no livro do plano de saúde.


Textos no Whiplash II

A falta de respeito que alguns "profissionais" da mídia tem com o Heavy Metal é impressionante.

Quem me conhece sabe da minha devoção por Dio. Quando da sua morte, já não bastasse a fase ruim que eu viva, já não bastasse a perda do ídolo, ainda tinha que ver "jornalistas" caçando holofote com matérias sensacionalistas, como é o caso corriqueiro de Régis Tadeu, André Forastiéri, Sérgio Martins e outros.

Assim, num desabafo, escrevi sobre e foi postado também no Whiplash. Este texto também foi muito bem recebido, sendo bastante comentado, twitado e acho que eu consegui passar bem meu ponto de vista nele.



Valeus!

Textos no Whiplash

Sou leitor do site Whiplash por volta de 10 anos. Acho um lugar extremamente legal pra ficar sabendo de notícias de Rock, Metal e afins.

Bem esporadicamente, acabo enviando pro site algo que escrevo. A receptividade é boa. O pessoal tem gostado e comentado positivamente.

Já vi até textos meus roubados por aê... fazer o quê? Bom proveito...

Deixo pra vocês os links de duas resenhas.
A primeira faz um certo tempo, foi sobre o All For You do Annihilator:

A segunda foi no ano passado, dando minhas impressões sobre o disco de volta do Alice In Chains:


É isso aê. É nóis que tá!

Endless Beginning

Bom...vamos reiniciar essa bloguera manolos.

Direito, concursos, música, sk8, Mengão, achados internéticos, dramas, proto-sagacidades e demais futilidades de suma importância... o velho pacote já conhecido.